domingo, 31 de maio de 2009

Madrugada


Ah! Este poema das madrugadas,
que há tanto tempo enrodilhado
num sem-fim de estados de alma
me obcecava, tirânico,
sem se deixar fixar! ...

Madrugada... e esta solidão crescendo,
esta nostalgia maior, e maior, e maior,
de não se sabe o quê
— nunca se sabe o quê...
que haverá nestas horas sozinhas e geladas,
para assim trazer à tona as indefinidas mágoas,
as saudades e as ânsias sem motivo
— de que não sabemos o motivo?...

Vieram as saudades do tempo de menino
— ou dum paraíso lá não sei onde?
Ah! que fantasmas pesaram sobre os ombros,
que sombras desceram sobre os olhos,
que tristeza maior fez maior o silêncio?
A que vem esse calor distante e absorto,
esse calar, esses modos distraídos?
Meu pobre sonhador! a esta hora
porventura se desvenda a Suprema Inutilidade?
e a definitiva ilusão de tantos gestos?

Interroga, interroga...
vai sonhando,
sem que saibas sequer o caminho que segues
vai, distraído e pensativo,
alheio de hoje,
vivendo já o derradeiro segundo...

Que a madrugada tem o pungir das agonias,
mas alheio, como o fim dum pesadelo...

Adolfo Casais Monteiro, retirado daqui


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Licença para viajar

Viajar: A - v. intr. 1- Transitar, por qualquer meio de locomoção,
de um lugar para outro, que fica afastado; deslocar-se para um local
distante; 2 - andar em viagem; 3 - [fig.] divagar.
B - v. tr. Percorrer (em viagem); visitar (de viagem + ar).

Dicionário Porto Editora

É um fascínio que vem desde a infância. Dos tempos das revistas lidas em segunda mão, com imagens que faziam a imaginação voar. Dos tempos em que os senhores da cidade chegavam à aldeia com as malas cheias de ilusões. Dos tempos em que tudo era distante.

As revistas já não são em segunda mão, a cidade é uma realidade e o mundo está mais “pequeno”. O fascínio pelas viagens continua. Podem ser reais ou imaginárias, mas mesmo assim viagens.

Bem-vindos a bordo deste espaço sem pretensões. Bem-vindos às minhas viagens.

Fazemos o percurso juntos?